quarta-feira, 26 de setembro de 2012











Sinto  muita  saudade
 de um tempo,não este 
que corre ao meu lado,
saudades de lugares 
onde nunca pisei...

 saudades secretas   
de amores  e as    sonhadas  completudes

 de caminhos que me  perderam
 por puro enfado não retornei...

 de  coisas  pequenas,
 transparentes,
 emplumadas ,
 tão leves, não me pesaram aos olhos
se cravaram  como ínfimos amuletos
ou  se eternizaram  como pássaros

aquecidas saudades de desenhos  noturnos,
nascidas  como  sobras de   sombras
 esquecidas de me  dizerem adeus...


terça-feira, 25 de setembro de 2012





















Lua,
quase  posso tocá-la
Avalio  suas medidas
 redondilhas de versos
apalpo as quatro vidas
caminho enquanto meço

lua
um Cão Maior te namora


segunda-feira, 24 de setembro de 2012


                                          ...esse caminhar




esse caminhar
sobre a vida
tal  como se fosse
andar  sobre  mil livros
com suas histórias
 começos,  tropeços,
Seus fins e o continuar...
Sente –se de repente
que cada página
 foi movida  à força
 de dedos molhados
na ponta da língua,
 vira vida  vivida
Pulsa.
  
A rajada de vento
  provoca rumores
cada página virada,
vira passo, vira passado,
 vira  passarinho
 e soa como interlúdio:
 cada instante.
 Não  cala...
o que dizem as entrelinhas
a vida simplesmente  captura
e  continua soando,
no aluvião de folhas...


           

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Bem-vindo setembro


Bem-vindo setembro!
 Aguardemos juntos o teu o dia 22 para a chegada da primavera que passa tão  ao largo da caatinga abrangente do meu Nordeste,  a minha terra. As chuvas tambem  passaram ao largo esse ano,Antecipo-me, antevendo uma primavera desprovida daquele,  mesmo minguado,  colorido que quase  se toca. A cor que se ver com o olhar farto e  generoso  que a  imaginação conduz, não haverá de me faltar na primavera de 2012. 



 Ah!  primavera de Setembro –
Lembro a flor amarela
Que  surge  efêmera e bela
aqui e acolá, derramando cor
no sem cor da caatinga.
Invade  a dor cinza  asfaltada,
esta estrada inalterada,
que serpenteia  pelo chão,
Coberta de piche e solidão.


aguardando a primavera



     Aguardando a primavera











Ah primavera de Setembro! 
eu lembro da flor amarela, 
Quando   surge  efêmera e bela
aqui e acolá, derramando cor
na vestidura gris da caatinga.
Invade  a dor cinza do asfalto,
esta estrada inalterada,
que serpenteia  pelo chão,
Coberta de piche e solidão. 


domingo, 26 de agosto de 2012

-Os ventos de Agosto-
  cobrem meus poros
   levíssima poeira
    e banham meus olhos
      belíssimos luares
       E para meus pés
        o dourado das folhas 
           para meus caminhares 




                                           

                                             
                                                                                          

    Um adeus 
                                              


                                              
          Nunca se manifestou
          Em nenhum gesto,
          E pelo caminho ficou...

Como o lado obscuro
De uma sonata inacabada de Bach,
Ressoando, existindo,
Mas dela nada se ouviu.
Nenhum ciciar de aceno,
Nenhum bater de asas,
Nenhuma palavra anunciada
                                          Ressoando, existindo,
                                          Sem murmúrio...

Dia após dia, à surdina,
Um mudo e tímido adeus,
Finalmente, abriu-se em gesto,
Numa certa esquina,
E se fez despedida.
                                         Sem estilhaços
                                         De ressentimento,
                                         um adeus enfim...
                                     
                                         

                            


                            Amor- outonal                        
                                     
                                  Falta, hoje, a ti
O viver de alguém
Que te aqueça o lado,
Um roçar de pés
Num lastro de madeira ou palha,
Em resvalos de carícias e desejos.

 À sombra, os dias
Que por aqui passaram
Vararam madrugadas,
Deixaram auroras mornas,
Largadas noites entre lençóis,
Beijos, sobrando entre dedos,
Que não sabiam de bocas famintas.

Quem disse
Que o amor tem idade?
Em qual estação de trem
Chega, para alguem, o amor outonal?
Em qual muro branco de cal
Está escrito em carmim,
Que nada mais lhe diz
Do desejo, do cheiro, do amor?

O bem-querer que
Segurou tuas mãos, no frio,
Atravessou primaveras cálidas,
Desnudou-se em verdes verões,
Jamais deveria faltar no outono...
Não a ti!


quarta-feira, 18 de julho de 2012




Poesia à Flor da Rua

            Lá em baixo,
Numa esquina qualquer,
            Em avançada hora,
Um homem se move.
Não vejo os seus olhos,
Mas presumo o encantamento
Diante do rico lixo ali achado...
Invisível, na noite negra,
Um brilho passa ao largo
E não o captura..
A luz não reflete sua alma,
Nem tampouco
Canaliza seus sonhos.
Hoje, vale mais o que faz,
Sem pressa, em inabalável fé.
Nesse gesto, nessa busca, nessa faina,             
Troca de lugar
 Repara,
 Repassa ,
 Separa,
O que presta amassa,
Torna a separar, armazena.
As mãos nuas
Desconhecem o perigo
E os dedos ágeis,
Na gosma que goteja,
Tateiam por tesouros inusitados,
Percebidos apenas
Pelo faro da fome e da miséria.
As horas andam. e,
Mecanicamente, o homem
As segue,catando o que lhe  convém
Em uma oração silenciosa
Vibradas pelo coração
Auscultando o meio da noite,
Tão somente tempo e espaço
Nada mais há para tocar.
A mente do homem,
Cabeça baixa,
Nariz calejado,
Vai em frente...
No barraco mulher e filharada
Aguardam o pão-de-minuto
Em minuto concebido arrancado
Das entranhas da solidão,
Banhado de suor e lágrimas. 

sábado, 14 de julho de 2012


amar é

reconhecer-se
em qualquer  subida da montanha
que o amor não recusou
escalar.

deixar fluir pelas ruas,sentindo mais que vendoas nervuras dos sentimentose, inebriada, loucapercorrer o caminhoem todos os sentidosIndo ou voltandoou em cima das pegadas antigas.

É acender o sulco já feitoinventando , descobrindo,e amar em todas as possibilidadesinventadas e descobertas.

O amor precisa de água ,de fogo, de ar e de razões...deve-se guardá-lo no bolso do coletepara uma emergência existencial.sacá-lo em benefício dele mesmono meio da noite ou de auroras  


quinta-feira, 5 de julho de 2012


Por -de sol
     


           No Trussú , (Iguatu-Ceará)  no dia 8 de junho de 2012- foi assim,  que a câmara me trouxe a imagem  desta foto,traduzindo o momento naquele  de fim de tarde .Quanto aos meus olhos  foi infinitamente mais bonito.Indescritível!!!!

          Dizem que as máquinas fotográficas só capturam 85% de uma paisagem real; os outros 15% são creditados imediatamente em  uma conta particular - a   retina - que captura alem de imagens , a subjetividade  e a emoção do momento. Incrível!!!!!  .




Julho... 

em lindas madrugadas,
leves auroras e o sol,
nascendo atrás de barras
embaçadas de olhares .
bando de juritis, fim de tarde,
canta o alvoroço do ocaso
sob nuvens brancas, cirros,
cúmulos e nimbos
despedem o inverno inconstante.
o tempo azul, veloz e faceiro,
não se rende  a eles.
e o sertão  árido do nordeste
não sente  a escassez de borboletas,
não desamina ao som dos bem-te-vis...


A Natureza escrevendo seu bilhete  ressequido















segunda-feira, 2 de julho de 2012




Labirintos




Do que  falam
esses sonhos
se não os identifico?
Serão inválidos?
Se inválidos, porque teimam
em deitar-se no minha cama 
beber água da moringa
do criado mudo ao lado,
recostar-se no travesseiro,
para juntos sonharmos
 labirintos insondáveis.
Inconstantes e  tão  vivos.
                  -Esses sonhos pulsantes
 não se mortificam
com coisas sonhadas,
espreitando madrugadas...

Há outro caminho
Que mais encante o sonhador?



quinta-feira, 21 de junho de 2012






      Essa imagem  foi captada por mim,   nas margens do Trussu,  um açude da minha terra Iguatu interior do Ceará.
         O que me deixa muito orgulhosa é a capacidade do cearense sempre  reinventar um novo caminho, um novo destino prá sua gente. E, criar,  em  meio do Brasil semi-árido (perigosamente difícil a subsistência) um oásis:  de fartura  de água, de peixe, de trabalho e de esperança. Além do mais ficou lindo, todos irão concordar comigo!

quarta-feira, 20 de junho de 2012



Junho 2012

vamos chorar, vamos rir,
vamos cantar,com muitos 
fogos,  fogueira, rojão,
é milho verde é pamonha
é fartura,  legume e  feijão
sorriso, quadrilha, foguete
brilho, fantasia e ilusão
lembrança,saudade e baião,
aqui no chão do nordeste.
Metade do ano é Junho,
e viiiiiiva nosso  São João!





Sem a chuva  molhadeira 
é seca, a alegria do sertão,
perdida nessa brincadeira
é tristeza,a face da esperança,
é a morte nos pés dessa dança
é o homem de chapéu na mão
  


terça-feira, 5 de junho de 2012



eu quero ficar no longe
e sair de mim mesmo.
pode ser  a Ilha de Páscoa
e lá ficar  serena e silenciosa
quanto uma estátua.
na manhã seguinte
darei a costas para aldeia
pisarei descalço na areia
frente ao mar e a um moai

domingo, 3 de junho de 2012




Onde fica Atlanta?

 Para mim, Atlanta era apenas uma cidade americana tão distante como outra qualquer. E, de repente ela faz parte do meu universo e me inclui definitivamente como um ser integrante desse mundo virtual, porque alguém que me lê em Atlanta.

Sempre que alguma bandeira estrangeira tremula no meu blog, eu a sigo em busca de informações, a fim de descobrir um pouco dessa bandeira, de suas cores, culturas e anseios. Como vive alguém que me lê em Atlanta na fervilhante e moderna cidade dos EUA? O que sei é muito pouco, mas  interessa o pouco. É  bom saber, que estou inserida no contexto social e fazer parte dessa fina malha tecnológica,  uma realidade incontestável .Cidade rica, moderna, iluminada pelas luzes das inúmeras universidades que gravitam à sua sombra. As usinas e fábricas, algumas mundialmente conhecidas estão lá onde o dinheiro é farto e as possibilidades acenam generosamente.Sei das belezas arquitetônicas dessa cidade, dos movimentos culturais e esportivos, dos muitos museus e estádios. Sei dos belos logradouros ecológicos,  de ar puro e limpo, eternamente voltados para o azul do céu de clima subtropical, localizados no topo de uma crista do rio Chattahoochee. Orgulho-me desses lindos parques tão bem cuidados e quase ouço o cantar dos passarinhos nas manhãs preguiçosas de domingo. Gente bonita prestigiando o lugar, e sou um deles, por um segundo, sob o sol de Atlanta. Posso até dizer como Cora Coralina eu sou aquela menina “rica de imensa pobreza”, a divagar pelo imenso tapete verde e auspiciosas sombras vegetais.  Desconheço o lugar, mas virtualmente, vejo tratar-se de uma cidade colocada entre as mais desenvolvidas e ricas do país e quiçá do mundo . Sendo  a capital do estado americano da Geórgia, sediou as Olimpíadas de 1996,  de modo brilhante se mostrou ao mundo dos esportes. Eu vi, acompanhei os jogos, mas nunca pensei que um dia falaria de Atlanta com essa conotação virtual tão próxima e tão distante, o quanto agora me parece ser.O que tenho de mais próximo a unir-me a essa cidade é uma garrafa de Coca-Cola, compartilhada no almoço domingueiro com a família e amigos. De repente sou uma, sem nenhuma cerimônia, que se utiliza da internet, e saltando de link em link, busca  a inclusão.Busca  ser feliz.            

quinta-feira, 31 de maio de 2012

alguma ausência


Ausência, prepara  algo
no espaço vazio
e não se vê

Ausência  escapa  
de todos os grilhões
e por longo tempo, inexiste.

Alguma ausência busca
apagar erros e nos  recantos
 do abstrato se esconde.

Ausência que se afasta
Fugindo,n o agora
Há algo que lhe apavora
-a presença- máscara temida
Do copioso pranto...
Ou seria
Ausência, máscara fingida
do obscuro encanto?
  

segunda-feira, 21 de maio de 2012

 Lima: é pra lá que eu vou


      Descobri Lima através das redes sociais. Fui alçada  num voo virtual, por algum seguidor, como dizem na linguagem blogueira.
      É fascinante saber , melhor dizendo, viver numa época onde a tecnologia  bate todos os limites   da minha compreensão, me vejo zonza, tentando sorver, pelo menos, um uma gota dágua oferecida, e permanecer  a vau neste mar de informação, que me chega todos os dia às mãos .
     Hoje  é Lima quem ocupa o epicentro da minha vontade  em compreender o pouco deste vasto mundo. Corro a pesquisa me deparo com uma cidade surpreendentemente  linda, moderna, que se debruça ornando,  como uma pérola,  a costa oeste do Oceano Pacífico  
     A floresta Amazônica, a Bacia Amazônica, seus rios e veios, afluentes e igarapés, estão a nos separar e mesmo assim alguém me lê em Lima.
       Meus olhos buscaram um lugar para ficar e o Porto de Calhais   atravessou o caminho e  segurou olhar de busca. Ali quis o vento  me presentear, batendo de leve no  rosto,com o  gosto da maresia tão desconhecida, desse mar, tão pacífica -mente  desconhecido, que me trouxe  à Lima  capital do Peru tão vizinhamente  irmão do meu  Brasil!
. Finalmente cheguei ao meu destino,Lima, uma grande cidade, fervilhante,onde tudo acontece.Vi a Catedral de San Martim, Igreja de Santo Domingo e toda a bela arquitetura hispano-americana. Analisando cada arabesco, me senti pequenina diante de séculos de história.  
    Cruzei a Praça San Martim. Passos demorados, olhos de espanto.                                                        Sentei-me num banco. Confundi os meus passos  aos passantes do lugar e por instantes quem sabe, fui um deles à sombra de Bolivar .Ouvi a voz inconfundível do  coral dos monges franciscanos, quando passei pelos corredores silenciosos  do Convento de São Francisco. Orei !
     Entendi perfeitamente a essência que emana da aura desta cidade,sei que permanecerá  no meu encanto guardada, e,me perdoem se não pude traduzir o que sinto.
    Agradeço toda esta miragem  fantasiosa   à alguem que me lê em Lima.









sábado, 5 de maio de 2012

Joguei meu caderno,
Cor de abóbora,
às borboletas.
Elas seguraram
por  instantes,
bando de letras,
que se desfaziam...
E me devolveram
um canção suave, 
que falava
De sonhos tangíveis

terça-feira, 1 de maio de 2012




quero saber
muito mais
dessa loucura
que me consome..
se atenho
não a leve de mim agora...
Sei, o tempo enlouquecido
nutre em
paradoxo,

                                 a lucidez

segunda-feira, 23 de abril de 2012


Vida ...


Preciso te escrever  um verso
no diário do tempo.
Um poema que caiba
no azul de qualquer horizonte
e não sobre desgosto,
pois não cabe nessa poesia
 rimas  banais ,tais como:
dor e desamor, 
medo e degredo,
emoção e danação.

Quero tudo muito claro 
nessa rima, sem métrica,
iluminando a leveza
do que  me arrasta ou me domina...  
Preciso apenas abrir os olhos
da chama que me leva,
preciso alcançar
o momento que se afasta,
preciso reter na mão
águas que correm
 rios de ternura,
preciso  da palavra e da cor
para em  tua estrutura,
escrever um  poema  transgressor,
que não fira  as regras do jogo,
só, arrepie  ao passar a brisa...
Não dê trelas à tempestade
e, se dissipe logo

quarta-feira, 4 de abril de 2012

viver
é ancorar
o barco
num cais
fincado em mil águas,
não ver
quem provoca o embalo,
não sentir
quem solta
ou amarra as âncoras
e docemente
envelhecer...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

releituras

                  Releituras
Fui ferro,
fui aço,
fui rocha.
Hoje, pedra-sabão
que se modela
na espessa lâmina de espuma
e no vaivém das marés...
e assim, deixando
 minhas pegadas,
as mais profundas,
na areia e, ao vento, os delírios.

De repente no céu uma janela 

segunda-feira, 26 de março de 2012



fogão de lenha

de vez em quando surge
um passado com cheiro amadeirado
de fogão de lenha
 ardendo nostálgica dor.

apinhado  de  picumã
 as telhas,as paredes 
e o espelho da infância,
 refletindo a cozinha .



o fogo aceso
daquelas manhãs,
o estrépito  da lenha verde
 queimando preguiçosa...

 pobres telhas!  
impregnadas
evocam  saudoso
e longínquo chamado.

e a memória, esculpida
no cheiro que se  amadeira, 
a saudade  trabalhadeira
- rendida

quinta-feira, 22 de março de 2012


Bom dia água

Brota de ti
música, 
em mil doremis ,
 és fá,  és sol, lá ,
 em si-nfonia de rio
em  jazz de mar
blues de lago serenos
boleros de chuva
e dobrados de cachoeiras! 

Tua falta é  lâmina,
 ceifa  braços vegetais
que se erguem.
Tua falta é seca
e se deita em leitos
 vazios de ti.

E, o bicho homem
não para de encharcar-te
com o lixo da morte
e os dejetos do descaso

Não sabem que o teu  dia é todo dia