sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

a chuva e a lágrima

A chuva no telhado


Era noite, o sono              
as vezes tão escasso,                                     
estava chegando
 a pontas dos pés.
Rapidamente   o cheiro
 de terra molhada
 sobe  a varanda
vai se  espalhando
e muito a vontade  me  acolhe
 em seu seio telúrico
 de memorável aconchego.
De repente a chuva
 tímida,  cai  no telhado
sem  pedir licença
 vai  molhando toda
 a secura  de abril...
Daí  eu choro e na lágrima
o apelo incansável
da irmã, do  irmão
 e dos  braços vegetais erguidos 
transidos  de dor e sequidão.  
De repente
a chuva fugaz se vai,
os  lamentos ficam 
Ficam e disseminam
 o testemunho mudo
da frágil despedida
na lágrima que cai.