A chuva no telhado
Era noite, o sono
as vezes tão escasso,
estava chegando
a pontas dos pés.
Rapidamente o cheiro
de terra molhada
sobe a
varanda
vai se espalhando
e muito a vontade me acolhe
em seu seio telúrico
de memorável aconchego.
De repente a chuva
tímida,
cai no telhado
sem pedir licença
vai
molhando toda
a secura
de abril...
Daí eu choro e na lágrima
o apelo incansável
da irmã, do irmão
e dos
braços vegetais erguidos
transidos de dor e sequidão.
De repente
a chuva fugaz se vai,
os lamentos ficam
Ficam e disseminam
o testemunho mudo
da frágil despedida
na lágrima que cai.