quinta-feira, 24 de novembro de 2011

a vida um sorvete de pistache


...ao despertares
e já bem  atento
logo vês, que do mundo
nada sabes
e das  voltas
que o mundo dá
em torno de ti ...
mas ao teu lado
o outro é cruel
o tempo implacável



-e a vida ,um sorvete de pistache
numa tarde de sol -


é melhor sorvê-lo antes que acabe em si mesmo...

domingo, 20 de novembro de 2011

fragmento

...quando dormires, 
diz pra teu sono 
do sonho possível,
aquele aguardado
 na esquina, mas
 tão esquecido 
em frágil amuleto

Bom dia, sagitariana


Bom dia, sagitariana
                À Socorro Borba
           
           Uma velha  amizade
que se reinventa
em postagens (de blogs )
modernas, rápidas,
novo,  modelo inteiriço,
 simulacro do- sempre  eterno-
brandindo em teclas frias,
high tec  demais
 para os padrões
de uma amizade de 40 anos...
construída  na cumplicidade
                dos silêncios
na generosidade
                da mão estendida
no bom sorrir
e no escancarar as feridas,
no sentir explícito
                das queixas e queixumes,
na verdade
                dos sentimentos
na  clareza
                de um dia de sol mais claro,
aquecendo, cuidando
 para estreitar
em fortes laços, a amizade,
 sem hipocrisias ou disfarces
Que bom!
Em poder  ser assim
enquanto estivermos
 cumprindo o nosso
 tempo astral, mesmo
 na confusão das muletas.
Que bom prevalecer-me
            com primazia
desta nossa trajetória
e poder  te dar
Meus Parabéns,
(mesmo que falte 5 dias kkkkk )

Com a Bênção e a  Graça de Deus!

domingo, 13 de novembro de 2011

entendendo


...entender o amor
é deixar-se   gravar
a ferro e fogo, o coração.
É alimentar o hoje
com o  néctar sobrado
em cada naco da história.
Ter  sentido a brisa,  
crispar-lhe a pele,
 os poro e os pelos,
ter a ventura arrebatada
e sem ar e sem fôlego,
entregar-se ao  arrepio
que não fingiu ser de frio
o que fluiu nas prazerosas
veredas dos sentidos,
é curvar-se rendida...

natureza ameaçada



                        Num tear de juta
                        teci palavras de seda
                        infladas velas ao vento
                        para quem se importa
                        com rendas delicadas
                        e ainda vê um  poema
                        mesmo em rios de areia
                        em árvores tombadas
                        flores de plástico
                        aves que  emigram
                        peixes que minguam
                        corais dizimados
                        jacarés no asfalto
                        buscando abrigo...
                       
                        no deserto, tecido de juta,
                        palavras de seda sibiladas
                        soam como lira
                        numa harpa de poesia
                        - a dor do descaso...    
                        

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"As árvores são palavras que a terra escreve  para o céu.
Nós as derrubamos e as transformamos  
em papel para registrar todo o nosso  vazio."
                          
  Khalil Gibran

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vento viajante

Um rio, caminho aberto,
Margem,um porto aliciante,
Um barco trêmulo e esperto
Do vento, viajante.

Barquinho, leva contigo
O que sobra no alforje
Das tristezas
Cerzidas em tantos anseios
E, em troca, devolve-me
A serenidade que sobra
Na fluidez de tuas velas,
                                                                                     onde tudo se faz leve

domingo, 6 de novembro de 2011

reflexões e marés

Refletindo em marés

 O vento
 aluiu a palha
 dourada do capinzal
 que oferecia
 leveza e lucidez
 ao balanço de cílios
 abismados
 no que via

O vento
aluiu as marés
refletindo em ondas
e conhas
águas e espumas,
destravando de vez
mares indecisos,
baías tranquilas
e num só instante
respigava espanto
no coral de ideias
que, mesmo mudo,
e contra o mundo
ainda se atrevia.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Évora

Alguem me lê em Évora
Nunca pude acreditar que alguém com o Atlântico a nos separar pudesse me ler, sem ter um livro meu publicado em suas mãos .Acho surpreendente e um pouco assustador, pois o mundo é o próprio livro aberto . As tênues teias, que nos unem na virtualidade do espaço, são mais interessantes do que aquelas em que se  penduram em sua rotina de  aranha, muito antes de tudo.
 As redes sociais hoje, são cantadas e as vezes tão endeusadas em detrimento áquele que se ombreia conosco, dia a dia. Alguem em Évora  fez-me caminhar por um caminho, (antes só o nome Évora  me fascinava pela sonoridade, exotismo e por uma Évora de voz cristalina e caliemte.) tão meu desconhecido, mas que me atraia. A curiosidade é  uma aliada que encontrei para derrubar as barreiras erguidas pela velocidade deste  tempo que não se conta em dias meses e anos mas em kilobytes,  usando a ironia como traço
Fui ao Google , vi Évora! E pensei em algum lugar alguém me leu,
pôs os olhos em meus versos , os fizeram caminheiro do Atlântico,  me deixou pequena , leve como um capucho  de algodão. Emocionada e feliz.
Subi o Alentejo de milenares histórias,quase ouvi barulhinho da água e sua importância ascendeu uma lanterna sobre outras histórias do país
que nos foi dado como nosso descobridor. 
Segui pelas belas ruas de Évora ,vi o PaçoDucal de Vila Viçosa,
O templo de Diana  séc.I AC ,Arraiolos e seu castelo, passei a dar valor aos tapetes arraiolos ,  creditei-lhe  tempo  na contemplação.Vi muito mais  e tudo que vi não dá para descrever só quando eu for e tocar as árvores, as paredes , as pedras ,as colunas de uma das mais belas cidade do mundo,
 garanto que  vou agradecer a alguém que me leu em Évora

            pense

        Deus nos concede
a cada dia Uma página  de vida
        nova no livro do tempo.
    Aquilo que colocamos nela,
         corre por nossa conta

             Chico Xavier

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

 O som de pardais


Manhã de finados,
nos pios de pardais,
tem o tom da lembrança
eles, em bando cercam
a minha árvore,
a minha janela,
a minha saudade
e pintam de sorrisos
a distância
-  o som de pardais-

dulce cavalcante

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dulce
me instalei  prá contemplar
os teus versos,
relaxei na hospedaria da beleza
dos teus sentimentos
elementos que são da natureza.
Bricas com pássaros
água,vento,lua,rio,
estrelas,tempo, terra...
Falas de flores,
falas de moinhos(dos teus segredos)
fragmentos de tudo.
Tudo é feito de pedaços, de nacos , partes,
nada é total
tens o intuito
de provocar nossa imaginação
só é total a soma da beleza
que nos atinge o coração dos teus versos.
Tudo é belo,tudo é rico, tudo é doce
tudo é Dulce

E-mail  me enviado por Socorro Borba