Falta, hoje, a ti
O viver de alguém
Que te aqueça o lado,
Um roçar de pés
Num lastro de madeira ou palha,
Em resvalos de carícias e desejos.
À sombra, os dias
Que por aqui passaram
Vararam madrugadas,
Deixaram auroras mornas,
Largadas noites entre lençóis,
Beijos, sobrando entre dedos,
Que não sabiam de bocas famintas.
Quem disse
Que o amor tem idade?
Em qual estação de trem
Chega, para alguem, o amor outonal?
Em qual muro branco de cal
Está escrito em carmim,
Que nada mais lhe diz
Do desejo, do cheiro, do amor?
O
bem-querer que
Segurou
tuas mãos, no frio,
Atravessou
primaveras cálidas,
Desnudou-se
em verdes verões,
Jamais
deveria faltar no outono...
Não a
ti!
Fico tão apaixonada quanto você por esse amor outonal. Paixão pela solidão tão bem acompanhada de desejos contidos e sensibilidade revelada. Paixão pela forma bela que você imprime ao sentimento do amor outonal que atravessa todas as estações. Que bom um roçar de pé, um frêmito de alma! Parabéns pela revelação do seu "eu" romântico.
ResponderExcluirSocorro Borba
Que bom é seu blogger!
ResponderExcluirSe possível aumente a letra um pouco e tirar as letrinhas do final dos comentários.
Parabéns!!! Lindo poema.
Beijos!!