DE AR E DE BRISA
Minha alma carece de brisa
Que tanja o espectro da mesmice
Minha vida precisa de sopro do ar
Que alcance a esperança e
Traga ordem aos pensamentos.
Meus sonhos carecem de suaves bafejos,
Que desfaçam a turbulência dos pesadelos,
Portando-os para o limiar do irreal,
Para que não sejam tão assustadores,
e nem tão próximos!
Na tempestade
A cabeça de vento voa em desalinho,
No torvelinho, a essência,
Do que nela foi estabelecido.
Penso, e o tufão da minha vontade
Invade, quebrando a monotonia
Dessa espiral sem fim.
Ora transcendendo,
Ora transformando,
Ora transgredindo
As leis preconizadas, anos a fio,
Imposta a essa mulher, que só deseja ser feliz.
Ter uma canoa para subir o rio
E chegar, logo mais, à tarde, a seu destino.
Dulce Out-2003