quinta-feira, 31 de maio de 2012

alguma ausência


Ausência, prepara  algo
no espaço vazio
e não se vê

Ausência  escapa  
de todos os grilhões
e por longo tempo, inexiste.

Alguma ausência busca
apagar erros e nos  recantos
 do abstrato se esconde.

Ausência que se afasta
Fugindo,n o agora
Há algo que lhe apavora
-a presença- máscara temida
Do copioso pranto...
Ou seria
Ausência, máscara fingida
do obscuro encanto?
  

2 comentários:

  1. Escrever sobre o corpo da ausência é um grande desafio, coincidentemente li ontem sobre o tema neste belíssimo poema do Nuno Júdice, e em sendo assim eu paosto no verso: "Ausência, máscara fingida do obscuro encanto?" Amei...


    Ausência

    "Quero dizer-te uma coisa simples: a tua
    ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
    magoa, que se limita à alma; mas que não deixa,
    por isso, de deixar alguns sinais - um peso
    nos olhos, no lugar da tua imagem, e
    um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes
    tivessem roubado o tacto. São essas as formas
    do amor; podia dizer-te; e acrescentar que
    as coisas simples também podem ser
    complicadas, quando nos damos conta da
    diferença entre o sonho e a realidade. Porém,
    é o sonho que me traz a tua memória; e a
    realidade aproxima-me de ti, agora que
    os dias correm mais depressa, e as palavras
    ficam presas numa refracção de instantes,
    quando a tua voz me chama de dentro de
    mim - e me faz responder-te uma coisa simples,
    como dizer que a tua ausência me dói."

    Nuno Júdice

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  2. Obrigada Clivânia por outra "ausência" postada. É assim que funciona pois deve saber que a troca é rica e poderosa!!!

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