Num tear de juta
teci palavras de seda
infladas velas ao vento
para quem se importa
com rendas delicadas
e ainda vê um poema
mesmo em rios de areia
em árvores tombadas
flores de plástico
aves que emigram
peixes que minguam
corais dizimados
jacarés no asfalto
buscando abrigo...
no deserto, tecido de juta,
palavras de seda sibiladas
soam como lira
numa harpa de poesia
- a dor do descaso...
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