terça-feira, 30 de setembro de 2014





 Não haverá nenhum beijo
 a selar dois desejos
não haverá dois gestos plenos
Não haverá mãos se unindo
a  tecer   fios da mesma trama
e construir a mesma ternura.
Não haverá alvo comum
atingido pela   mesma seta...
Nenhum olhar convergirá
 para o mesmo céu,
 mirando a mesma nuvem.
 Haverá dois mundos a separar
 as nossas  pegadas plurais
 em profundos desencontros.
Como estava escrito
Ou como a vida escreve
Sem se perceber.



 Dulce Cavalcante

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