Desequilíbrio
da marcha
Olhando teus pés
vi que as noite e os dias
trabalharam no silencioso
arcabouço das horas.
Traçaram no vagar
a decadente caminhada
derradeira e incansável.
O que te fizeram os pés
para carregar este peso
e desaminhar no
equilíbrio ?
O que te levaram os pés
enveredar-se numa
marcha
cambiante e
irreversível,
ignorando o vértice dominante?
Por certo as varizes
fizeram a sua parte,
trocando a juventude
em cicratizes sem regresso.
O vigor destemperou-se
em quedas necessárias
para continuares vivendo.
Não deixe a cabeça
ficar vendo navios
através de despetalado
resultado
do tempo versus- vida
ou será vida versus -morte
a se aviar.
Vê-se a flor que murcha ,
E despetalada cai,
Pelas calçadas Dulce Cavalcante
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