segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


Poesia à Flor da Rua

                                                      Lá em baixo,
Numa esquina qualquer,
                                                      Em avançada hora,
Um homem se move.
Não vejo os seus olhos,
Mas presumo o encantamento
Diante do rico lixo ali achado...
EInvisível, na noite negra,
Um brilho passa ao largo
 não o captura..
A luz não reflete sua alma,










Nem tampouco
Canaliza seus sonhos.
Hoje, vale mais o que faz,
Sem pressa, em inabalável fé.
Nesse gesto, nessa busca, nessa faina,             
Troca de lugar
 Repara,
 Repassa ,
 Separa,
O que presta amassa,
Torna a separar, armazena.
As mãos nuas
Desconhecem o perigo
E os dedos ágeis,
Na gosma que goteja,
Tateiam por tesouros inusitados,
Percebidos apenas
Pelo faro da fome e da miséria.
As horas andam. e,
Mecanicamente, o homem
As segue,catando o que lhe  convém
Em uma oração silenciosa
Vibradas pelo coração
Auscultando o meio da noite,
Tão somente tempo e espaço
Nada mais há para tocar.
A mente do homem,
Cabeça baixa,
Nariz calejado,
Vai em frente...
No barraco mulher e filharada
Aguardam o pão-de-minuto
Em minuto concebido arrancado
Das entranhas da solidão,
                                                      Banhado de suor e lágrimas

Um comentário:

  1. Dulce Cavalcante:
    Envie-me o link daquelas figuras interessantes, pois não consegui baixar o que a senhora me enviou, apenas vi algumas, mas sem condições de transferi-las para o blog.
    Tenho interesse postá-las.

    José Mendes Pereira

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